Você já imaginou como quatro ingredientes tão simples podem se transformar em uma bebida deliciosa? Malte, lúpulo, água e leveduras são os quatro ingredientes básicos da cerveja. Juntos, eles se combinam de formas distintas e dão origem a vários tipos de cerveja.
Conhecer o papel de cada um dos quatro componentes básicos é a chave para entender a formação dos diferentes estilos cervejeiros. Quer descobrir como cada ingrediente impacta nos sabores da cerveja? Então continue a leitura!
Ingredientes básicos da cerveja
Veja a seguir quais são os ingredientes essenciais da cerveja e qual a sua função no processo de produção.
Malte
O malte é um grão que pode ser cevada, trigo, centeio, aveia ou muitos outros. O ingrediente passa pelo processo de maltagem, que confere bastante doçura. Esse açúcar se transforma em álcool durante o processo de fermentação.
O papel do malte na produção cervejeira está no sabor, no aroma, na cor, na espuma e no corpo da bebida. Quanto mais torrado o cereal, mais escura é a bebida.
Se os grãos são secos em uma temperatura mais baixa, o malte construído é suave e adocicado, como o da queridinha pilsen. Se a temperatura é um pouco mais alta, o malte tem sabor de biscoito, como o das ales inglesas mais escuras. Mas se o malte é caramelizado, adquire notas de café, como na Munich Dunkel.
Muitas produções combinam os sabores de diferentes variedades de malte. Contudo, para que o líquido possa ser chamado de cerveja, é necessária uma concentração de no mínimo 20% de malte de cevada.
Vale a pena conhecer a Reinheitsgebot, a Lei da Pureza da Cerveja de 1516, que determinava quais ingredientes deveriam compor a verdadeira cerveja.
Lúpulo
O lúpulo é o responsável pelo amargor da cerveja. Esse ingrediente é uma flor que equilibra a doçura do malte e deixa a bebida bem mais refrescante. Além disso, é um importante agente bactericida e conservante natural. A planta ainda tem um importante papel na qualidade da espuma e na limpidez da cerveja.
Apesar de ser parente da maconha, o lúpulo não possui as mesmas propriedades entorpecentes, mas é considerado relaxante e tem efeitos calmantes e soníferos. Bateu aquele soninho depois de tomar uma gelada? Pode culpar o lúpulo!
Existem diferentes tipos de lúpulo, com variados graus de amargor e aromas que evocam as mais diferentes sensações. Um único rótulo pode trazer diferentes espécies do mesmo ingrediente.
E adicioná-lo em etapas distintas impacta bastante no sabor. Se entra no começo do processo de fervura, o lúpulo contribui com o amargor, já que os aromas evaporam. Mas se entra no fim da fervura, o lúpulo confere à cerveja seus aromas mais valiosos.
Quer saber um pouquinho mais sobre o lúpulo? Confira a importância desse ingrediente para a fabricação de cerveja.
Água
Cerca de 90% da composição de uma cerveja é água. Um ingrediente de tanto peso que a sua qualidade interfere na produção. De acordo com a concentração de sais presentes na água, a cerveja produzida por ser mais suave ou mais amarga.
Além disso, os íons também interferem na produção da cerveja. O cálcio, por exemplo, favorece a ação das enzimas e acelera o metabolismo das leveduras. Por outro lado, o ferro e o oxigênio podem estimular o processo de deterioração da bebida.
Vale lembrar que nem toda água que entra em uma fábrica de transforma em cerveja. Muitos processos de produção, desde o cultivo do malte até a refrigeração, consomem bastante água.
Uma curiosidade interessante é o impacto da cerveja na saúde das pessoas. Na Idade Média, a água consumida pela população era extremamente suja, o que era uma das causas da baixa expectativa de vida. Ao pesquisar sobre a produção de cerveja da época, pesquisadores encontraram a presença de um antibiótico importante que só foi descoberto muitos séculos depois. Ou seja, a cerveja continha agentes que combatiam as bactérias contraídas pela água contaminada!
Conheça outras 5 curiosidades sobre a cerveja artesanal.
Leveduras
As leveduras foram as responsáveis por criar uma bebida apreciada pela humanidade mesmo antes de se saber a existência desses microorganismos. São elas que transformam o álcool em açúcar e gás carbônico. Assim, são responsáveis pela carbonatação das cervejas.
As variedades de leveduras dão origem a duas grandes classificações no mundo cervejeiro: lager e ale. As cervejas que utilizam baixa fermentação são lagers. Essas bebidas possuem fermentos que atuam lentamente em temperaturas mais baixas. Quando se alojam no fundo da cuba, essas leveduras originam subprodutos aromáticos das cervejas.
As cervejas que utilizam alta fermentação trabalham com o ingrediente em temperaturas mais altas. Durante o processo, essas leveduras produzem aromas complexos na superfície da bebida.
Vale destacar que ainda existem as cervejas de fermentação espontânea: as lambics. Essas bebidas são fermentadas espontaneamente, ou seja, sofrem a ação de microorganismos presentes no ambiente.
Curtiu nosso conteúdo? Conheça também as características da cerveja artesanal brasileira.
